FORMOSA-BA: PERDEMOS MANOEL DO BAR NOTA DE FILHO PARA PAI

Na última sexta-feira (14/03), nos despedimos de uma das figuras mais marcantes na vida e mente dos formosenses e de pessoas da região.

Manoel Lito da Silva, popularmente conhecido como Manoel do Bar, faleceu na última quinta-feira (13/03), aos 79 anos, no Instituto Couto Maia, na cidade de Salvador-BA, local onde ficou hospitalizado nos últimos 17 dias de sua vida.

"Exato às 17h00m daquela quinta o coração de meu pai parou de bater, poucos instantes de eu ter saido da visita que nos últimos dias eu fazia na busca de sua recuperação", pontuou o redator do Formosa News, filho deste grande homem, pai, esposo, avô, sogro, irmão, amigo e guerreiro.

A seguir confira um pouco de sua trajetória.

Manoel Lito da Silva, nasceu em 25 de agosto de 1945, na fazenda Curundundun, município de Uauá-BA. De família humilde, Manoel, juntamente com seus pais e seus 10 irmãos viveram os desafios da época, como bem as dificuldades que o semiárido nordestino oferecia.

Em 1957, com apenas 12 anos de idade, Manoel passou a morar na fazenda Carambola, 3 quilômetros de distância do recém criado povoado Formosa (então município de Glória). Anos mais tarde dedicou sua vida na profissão de vaqueiro, residindo na Fazenda Baixa Fria, onde pra muitos era dos melhores vaqueiros da região. Simultaneamente, ele ainda apostou a sorte na cidade de Antas, onde residiu por algum tempo e por 6 meses na cidade de São Paulo, em 1976.

Não se adaptando a capital paulista, Manoel retornou e abriu um bar, o popular "Bar Pitu" e recebendo o nome de Manoel do Bar, apelido que ficou marcado nas falas das gerações seguintes.

Quem procurava diversão e resenha entre as décadas de 70 e 80 num podia vim em Formosa e num dar uma entrada no bar de Manoel, abrilhantado pela a sua simpatia no rosto e o som da sua radiola.

Ainda na década de 1970, Manoel se casou com a professora Darcy Silva, onde como fruto tiveram os 3 filhos, Beatriz, Francislane e Jean.

Bastante conhecido na região, Manoel foi convidado para o ingresso na política, onde no início dos anos 80 tornou-se líder do grupo da oposição na época.

Como todo desafio a pessoa enfrenta altos e baixos, Manoel sofreu algumas represálias, como a perca de clientes; mas também ganhou o respeito e o conhecimento como líder que contribuiu pra o crescimento de seu grupo, que anos mais tarde saiu vitorioso nas urnas.

Na década de 1990, Manoel deixou o bar, mas o apelido e a vida do comércio se manteve, quando então abriu uma mercearia. Nesse período vendeu suas mercadorias além de Formosa, como também aos sábados a cada 15 dias nas fazendas Queimada do Milho, Cinco Bois, Retiro e região.

"Pai sempre foi um homem muito discreto e humano. Por ser uma época que as pessoas tinha um baixo poder aquisitivo, ele nos privava de que a gente pudesse ver quem o devia. Dizia sempre, queimem esses cadernos. Muitos pessoas hoje de 40 e poucos anos relatam a alegria em naquela época esperar meu pai chegar e a meninada da época pra ajudar a descarregar o carro e ele dar pacotes de biscoitos e doces. Dia de farra!", relata seu filho.

Para finalizar: "obrigado meu pai, por ter a oportunidade de ser seu filho, o senhor é o meu melhor amigo, se hoje exerço minha função dentro do funcionalismo público e tenho meu respeito tem haver com os seus ensinamentos morais e irei carregar comigo por toda a minha vida! Grato".

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